terça-feira, 29 de outubro de 2019

Nosso melhor amigo em nossa casa

A pessoa que mais me faria falta hoje, sou eu mesmo. Se eu não estiver dentro de mim, quem seria a minha melhor companhia?

Eu sou a minha própria casa, o meu próprio lar. Se eu não estiver dentro de mim, quem cuidaria dos meus pertences mais preciosos? Alguém melhor que eu cuidaria do meu coração? Não creio!

A primeira pessoa amiga que temos, ou devemos ter, é a própria pessoa. Ela deve dialogar consigo mesma e conhecer a si própria.

Pergunte a ela quais são os seus maiores medos. Quais são as suas qualidades? E os seus defeitos? Se for uma boa amiga, ela nada esconderá e será muito sincera. E mais: irá querer ajudar você!

A pessoa dentro de mim, o EU próprio, deve ser ouvida sempre, mas isso não significa que deve ser apenas ela. Outra pessoa pode dizer o que pensa sobre você. No entanto, se você tem uma boa amizade consigo, com a sua pessoa ou o seu EU interior, não irá se influenciar pelas palavras alheias.

Ouvir as outras pessoas não significa acatar tudo o que elas falam de e sobre você. Isso ficará a cargo de uma conversa que você terá depois consigo mesmo.

Por outro lado, se você não tiver uma boa amizade com o seu EU, como você irá dizer que se conhece? Seria, ou é, uma lástima alguém dizer que lhe conhece melhor do que você mesmo! Se alguém lhe disser isso, fuja rápido e tenha uma conversa muito séria com o seu melhor amigo, ou amiga: você mesmo. E se não forem amigos, por favor, se apresentem, se conheçam e estreitem e fortaleçam os laços entre vocês!

Há outra questão: e se os laços entre esses dois alcançarem o nível da soberba ou superestima? Bem... nesse caso, você está dando ouvidos ao seu melhor amigo (o EU mesmo) quando ele lhe fala sobre os seus limites ou fraquezas? Provavelmente não!

Se for assim, chegará uma hora em que os problemas surgirão, as dificuldades barrarão o seu desempenho em qualquer coisa, as pessoas irão lhe machucar... enfim. A sua casa irá balançar em meio a várias tempestades.

Talvez o seu lar desabe e você se sentirá sem onde morar, sem rumo e sem qualquer acolhida. Não raras vezes, aqueles que consideramos amigos irão se afastar. Talvez um que outro esteja presente nesse momento complicado.

Nesse momento, é provável que esse amigo, de outra casa, irá lembrar você de que é melhor você mesmo conversar com o seu melhor amigo de quem, provavelmente, esteve afastado: você mesmo!

Você verá que o reencontro entre esses dois amigos será de uma preciosidade enorme. Esse mesmo amigo irá ajudá-lo a reconstruir a sua casa e será uma tarefa menos árdua, menos difícil. Será também prazerosa porque você irá conhecer algumas coisas que estavam guardadas em sua casa e você não sabia.

Serão coisas que vai ajudar você em outras dificuldades: coragem, força, resiliência, fé. E dessa vez, você não irá esconder essas coisas. Você deixar guardadas em um lugar seguro e acessível somente a você quando for preciso usá-las.

Poderá, inclusive, deixar nas mãos de seu melhor amigo: você mesmo! Certamente, quem mora em sua casa, e é a sua melhor amizade, irá zelar por essas coisas tão necessárias para a nossa vida.

Cuide de sua casa. Cuide de seu melhor amigo. Preserve essa amizade! Sejam a melhor companhia um para o outro.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

O tempo como amigo...

O tempo é algo relativo porque depende de um ponto de referência. Podemos medi-lo em horas, dias, semanas, meses ou anos. Às vezes, a velocidade com que o tempo passa nunca é a que gostaríamos: ou passa muito rápido ou muito devagar.

Se estamos em uma situação maravilhosa, o tempo parece que passa rápido demais. Mas, quando gostaríamos que passasse rápido, tudo fica lento. Principalmente, quando a situação requer esquecimento de algo ruim. Sempre vem acompanhado por alguma dor e sofrimento, por isso esse caso é o mais complicado!

Quanto mais desejamos que o tempo passe, aí é que ele vai lentamente. Fica a pergunta: por que será que é assim? Talvez porque precisamos aprender alguma coisa e, nesse caso, o tempo poderia ser uma aliado. Mas, entender por esse lado não se resume em uma explicação muito simples.

Os motivos por que não entendemos é que a dor e o sofrimento não nos deixam refletir muito bem sobre o que nos levou exatamente a esse ponto. O tempo quer nos mostrar algo: o porquê de tomarmos decisões que podem nos levar a complicações e, por isso, sentirmos tanto sofrimento. O tempo poderia ser um aliado para percebermos nossas falhas e nunca mais cometermos os mesmos erros ou equívocos. Também nos ensina a não tomarmos decisões precipitadas sobre certos assuntos, sejam eles quais forem.

Vemos agora que o tempo para as nossas reflexões dependem de um ponto de referência: as situações em que nos metemos e podem nos levar a algo que pode não ser muito agradável. Para sair da mesma situação, precisaremos do tempo, mesmo que sintamos dor e sofrimento. Quanto mais nos afastamos temporalmente daquilo que nos provoca essas coisas más, mais iremos nos curar delas.

Assim, sendo a nossa vida a referência de tudo o que nos acontece, é o tempo que vai apagar as pegadas deixadas em caminhos tortuosos. Será ele que vai secar o suor de um trabalho tão arduamente executado. Vai ser o tempo que nos trará a cura dos nossos piores males...


... que nos fará alçar outros voos inexplicáveis...

... que nos fará respirar novos ares...
... que nos levará por outros mares...
... que nos apresentará novos amores e amares.


E, se depois de tudo isso, de todo tempo percorrido, confundido com uma forma de eternidade, a nossa vida não mudar, é porque precisamos dar mais tempo ao nosso tempo, até que o próprio tempo seja nosso aliado e o nosso melhor mestre.

terça-feira, 8 de outubro de 2019

A viagem...

Eis que, certo dia, você se depara com uma mudança na sua vida.

Aquele trem que o levava para um lugar maravilhoso, cheio de expectativas de realizações, para em uma estação e alguém desembarca. Não é uma pessoa qualquer. Trata-se justamente daquela pessoa que lhe fez companhia por uma boa parte de sua jornada nesse trem. Foi alguém muito especial.

Vocês nem se conheciam, mas a pessoa embarcou em uma estação muito bem enfeitada. Podia se ouvir música e pessoas sorrindo. Ela sentou-se ao seu lado, vocês se apresentaram e foram se conhecendo. Foram criando uma intimidade própria de quem está seguindo o mesmo rumo e buscando até mesmo os mesmos objetivos. Isso indicava que desceriam na mesma estação.

A melhor de todas as partes talvez tenha sido as histórias que um contava para o outro. Eram engraçadas algumas. Outras nem tanto. Havia aquelas cheias de ternura e encantamento. Um ouvia o outro. E a viagem seguia. O trem tomava velocidade, diminuindo a distância ao destino esperado pelos dois.

As paisagens que se podia ver pelas janelas muito limpas podiam ser vistas de forma muito nítida, mesmo que a velocidade do trem fosse muito grande. Uma paisagem que outra até lembrava uma história e daí surgia outro momento mágico.

À medida que o trem corria, você pensava: "Que bela companhia essa! Quando chegarmos na nossa estação, podemos até fazer companhia um para o outro! Imagine como isso será ótimo! Por que o trem não chega logo?"...

E assim a viagem seguia...

Como não poderia deixar de acontecer, vez que outra o trem enfrentava tempo não muito favorável no meio do caminho. Pior! Em algumas vezes, em meio a mais terrível tempestade quando o trem passava em pontes construídas sobre os mais profundos precipícios. Aquilo era assustador.

Nesses momentos, podemos observar como cada um reage a uma situação assim. As tempestades não possuem pensamento nem raciocínio, mas podem ser explicadas pela ciência de forma bastante clara e lógica. As reações humanas, ao contrário, podem causar espanto. Algo que provoca uma reação no outro.

Mas, por uma graça divina ou por alguma competência vinda de algum lugar, tudo passava, se vencia e o trem seguia em frente. Os pensamentos e reflexões sobre as reações durante as tempestades permaneciam.

Foi dessa forma que, em uma estação que o trem parara, você se depara com uma surpresa: a sua companhia de longa jornada se despede... E desce! Prefere seguir a sua viagem em outro trem. Mas, não era esse que levaria ao destino comum? Não, não necessariamente. Há outro trem.

Você irá lembrar para sempre o momento em que a sua companhia fica na estação e lhe acena enquanto o seu trem parte. Ela irá seguir em outro trem, mas você irá lembrar para sempre das histórias que ela contou, que você contou e das histórias que juntos construíram. Essas mesmas que também serão contadas para outras pessoas e farão vocês rirem e se divertirem. Da mesma forma irão construir outras histórias e outras e mais outras...

O trem não tem hora para chegar a sua estação final. As estações serão muitas. As tempestades e as pontes sobre precipícios também. As paisagens serão igualmente maravilhosas. As mudanças acontecerão sempre e isso não depende de você.

Você irá entender que nenhuma estação será igual a outra. As suas companhias irão mudar. Você não sabe quem irá embarcar. Surpresas surgirão. As histórias se renovarão e se somarão a outras que se somarão a mais outras.

No entanto, o que mais você terá que aproveitar... é a viagem. Será a viagem que lhe mostrará as mudanças e elas vão lhe ajudar a entender algumas coisas...

Soluções possíveis para problema quase invisível

O momento que vivemos é bastante delicado e difícil, pois o isolamento social a que temos que nos submeter é estranho, principalmente para u...