terça-feira, 8 de outubro de 2019

A viagem...

Eis que, certo dia, você se depara com uma mudança na sua vida.

Aquele trem que o levava para um lugar maravilhoso, cheio de expectativas de realizações, para em uma estação e alguém desembarca. Não é uma pessoa qualquer. Trata-se justamente daquela pessoa que lhe fez companhia por uma boa parte de sua jornada nesse trem. Foi alguém muito especial.

Vocês nem se conheciam, mas a pessoa embarcou em uma estação muito bem enfeitada. Podia se ouvir música e pessoas sorrindo. Ela sentou-se ao seu lado, vocês se apresentaram e foram se conhecendo. Foram criando uma intimidade própria de quem está seguindo o mesmo rumo e buscando até mesmo os mesmos objetivos. Isso indicava que desceriam na mesma estação.

A melhor de todas as partes talvez tenha sido as histórias que um contava para o outro. Eram engraçadas algumas. Outras nem tanto. Havia aquelas cheias de ternura e encantamento. Um ouvia o outro. E a viagem seguia. O trem tomava velocidade, diminuindo a distância ao destino esperado pelos dois.

As paisagens que se podia ver pelas janelas muito limpas podiam ser vistas de forma muito nítida, mesmo que a velocidade do trem fosse muito grande. Uma paisagem que outra até lembrava uma história e daí surgia outro momento mágico.

À medida que o trem corria, você pensava: "Que bela companhia essa! Quando chegarmos na nossa estação, podemos até fazer companhia um para o outro! Imagine como isso será ótimo! Por que o trem não chega logo?"...

E assim a viagem seguia...

Como não poderia deixar de acontecer, vez que outra o trem enfrentava tempo não muito favorável no meio do caminho. Pior! Em algumas vezes, em meio a mais terrível tempestade quando o trem passava em pontes construídas sobre os mais profundos precipícios. Aquilo era assustador.

Nesses momentos, podemos observar como cada um reage a uma situação assim. As tempestades não possuem pensamento nem raciocínio, mas podem ser explicadas pela ciência de forma bastante clara e lógica. As reações humanas, ao contrário, podem causar espanto. Algo que provoca uma reação no outro.

Mas, por uma graça divina ou por alguma competência vinda de algum lugar, tudo passava, se vencia e o trem seguia em frente. Os pensamentos e reflexões sobre as reações durante as tempestades permaneciam.

Foi dessa forma que, em uma estação que o trem parara, você se depara com uma surpresa: a sua companhia de longa jornada se despede... E desce! Prefere seguir a sua viagem em outro trem. Mas, não era esse que levaria ao destino comum? Não, não necessariamente. Há outro trem.

Você irá lembrar para sempre o momento em que a sua companhia fica na estação e lhe acena enquanto o seu trem parte. Ela irá seguir em outro trem, mas você irá lembrar para sempre das histórias que ela contou, que você contou e das histórias que juntos construíram. Essas mesmas que também serão contadas para outras pessoas e farão vocês rirem e se divertirem. Da mesma forma irão construir outras histórias e outras e mais outras...

O trem não tem hora para chegar a sua estação final. As estações serão muitas. As tempestades e as pontes sobre precipícios também. As paisagens serão igualmente maravilhosas. As mudanças acontecerão sempre e isso não depende de você.

Você irá entender que nenhuma estação será igual a outra. As suas companhias irão mudar. Você não sabe quem irá embarcar. Surpresas surgirão. As histórias se renovarão e se somarão a outras que se somarão a mais outras.

No entanto, o que mais você terá que aproveitar... é a viagem. Será a viagem que lhe mostrará as mudanças e elas vão lhe ajudar a entender algumas coisas...

Um comentário:

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